domingo, 1 de abril de 2012

Onde te dói?!


Hoje, conversando com uma amiga, a mesma que me inspira a alguns posts, surgiu uma questão em minha cabeça e pretendo tentar,  responde-la aqui; claro, isso se houver a necessidade de ser respondida.
Em minha vida profissional, venho recebendo pacientes e creio que 90% deles me procuram por causa de alguma dor. Costas, barriga, pernas, joelho, cabeça, dentes, mãos, enfim... uma infinidade de lugares.
Quem gosta de sentir dor? Ok, existem pessoas que tem certa atração por dor, mas não estou falando da dor/prazer, mas estou falando da dor que ferroa, arde, queima, incapacita certas atividades para não dizer tira o sossego e qualquer possibilidade da tão famosa qualidade de vida.

Aí entra o Naturólogo que ouve, que pondera, que vê através de diversas camadas essa queixa física e chega a um diagnóstico por muitas vezes tão simples que gera certas desconfianças mas que se dado devido tempo e confiança, gera sorriso e gratidão do paciente.







Muitas vezes a queixa não é física, a dor não é em um órgão ou membro, a dor é em uma parte que não da pra tocar e muitos menos colocar uma agulha ou indicar um chá... Sequer um floral.

Aí nos questionamos: Por que raios não podemos fazer nada por esse paciente que sofre, que nos procura, que vem até nós pedindo acolhimento.
É aí que saí o Naturólogo e entra o humano.


Entra o humano que ouve, que pondera, que vê através de diversas camadas a queixa, que compreende as lagrimas, o coração amargurado, a angústia e percebe que certas dores tem que ser sentidas, que certos sofrimentos existem e que necessariamente não podem e não devem ter analgesia e muito menos adiados.

O golpe no ego do curador...

Mas que curador não sentiu o mesmo?

Pego o livro da minha vida e volto algumas páginas... E percebo as lágrimas choradas, as necessárias, e percebo que ninguém podia ter feito nada por mim, não podiam ter feito nada para eu não chorá-las.
Aí me lembro de Quíron que só tinha a capacidade de curar, pois tinha uma ferida incurável.



Nesse momento percebo que o Naturólogo é o humano e eles não estão à parte um do outro e é nesse momento que as teorias desaparecem e só resta deixar as almas se tocarem.

Sem vaidade, sem prepotência, sem teorias, mas com a certeza que só quem já sentiu dor pode dizer: Enquanto essa dor não passar, você pode contar comigo.

6 comentários:

  1. É. Tem momentos na vida profissional e pessoal que a gente se sente um tanto impotente, pequeno, diante de uma dor que não alivia. O que fazer? Às vezes me pego pensando sobre isso.

    ResponderExcluir
  2. Querido Gui, gostei muito do que falou em relação a dor, pois neste momento , tendo perdido minha mãe dia 10 passado, sei exatamente o que está dizendo, pois já havia sentido esta dor tão profunda, que é da alma, há 10 anos quando perdi meu pai. E, apesar de ser uma dor da alma ela é sentida no físico , ela nos faz adoecer e não tem como negá-la, por mais fortes que sejamos. Podemos sim dar vazão a ela, confrontando da melhor maneira possível, mas temos que senti-la e permitir que esteja presente em nossas vidas quando necessário.
    Desculpe o desabafo, não sei se estou falando a mesma linguagem que você, mas precisava me expressar numa espécie de catarse e aproveitei o tema. Obrigada por me "ouvir". beijos!!! Alice (sua ex-aluna-Pós-Artt-Unip)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Alice... toda a força e amor que o universo puder te dar e qnd te encontrar quero poder te dar um abraço

      Excluir
  3. Obrigada, meu querido. Já me deu o abraço ontem .bjo grande!!!

    ResponderExcluir
  4. Obrigada por cuidar das minhas "dores". Ótimo texto, amigo. Beijos, até quinta!

    ResponderExcluir