sábado, 26 de fevereiro de 2011

Contornar para misturar


Passamos a vida a tentar nos conhecer. A reconhecer nossos conteúdos, a dar contorno àquilo que está solto e difuso dentro da gente. Certo?

Por favor, manifeste-se aquele que for contra ou acha que essa afirmação não condiz ou sequer faz sentido.

Pois eis que dias atrás, lendo um post da minha amiga e professora Patrícia Pinna sobre Dionísio, ou melhor, fazendo um perspicaz texto sobre a Loucura sagrada de Dionísio a Jesus (recomendo a leitura) me deparo com a seguinte:

“...Dioniso é, da mesma forma que Jesus Cristo, um deus das sínteses, da alteridade, promovendo o relacionamento igualitário entre as polaridades, confundindo e esfumaçando seus contornos, mostrando sempre o outro lado da moeda, colocando-nos diante dos “outros de nós” para que os opostos possam se fertilizar mutuamente, ocupando seu lugar no desenrolar da Criação.

Processo interessante esse que passamos né?
Procuramos nos encontrar, nos conhecer, dar contornos aos nossos conteúdos para depois esfumaçar os contornos, nos misturarmos, tornar difusos aqueles contornos tão suados e por que não chorados e integrarmos os opostos, ou quaisquer partes de nós mesmo.
E um pouco antes ela fala:

“...Um dos meios para se vivenciar a religação com a totalidade é através do êxtase, como num orgasmo em que perdemos momentaneamente a noção de nossos contornos...”

Parece-me um trabalho de ida e volta (sem trocadilhos rs). Um perder para ganhar.

Agora você me pergunta: Mas e ai Guilherme, concluíndo...?

Concluo que esse post não tem a menor intenção de dar alguma resposta ou solução, mesmo porque eu não a tenho. 
Mas confesso uma coisa, que fazer a pergunta e ficar com a dúvida, pelo menos nesse caso me agrada muito mais e me é caro :)

Concorda?

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Um começo

Em algum momento eu tinha que começar. Antes agora do que... mais tarde.
Aqui cabem textos (mil palavras), imagens (que falem mais que mil palavras) ou os dois (já que sozinhos não se bastam).
Idéias, aulas, pensamentos, contos, devaneios, sonhos, vislumbres da sombra.
Quem sou eu?
Um curador, que como todos os outros, ferido de uma chaga que não sara mas que permita curar.

E lá vou Eu, ou melhor, e lá vamos Nós.