domingo, 28 de agosto de 2011

Iridomyrmex purpureus

Post Curto e direto.
Agorinha a pouco acabou acontecendo uma coisa simbólica e por isso bem verdadeira e como diria um cantor por ai "Straight from the heart"
Estava aqui organizando minhas músicas no ITunes e sinto uma cosquinha no braço, bem próximo ao cotovelo.
Levanto o braço e olho o que é e sem pensar dou um tapão e mato aquilo que estava a me fazer coçegas.
Era uma formiga. Só um formiga. Mas que raios ela tinha que estar ali?

Fiquei pensando nas reações automáticas que temos seja por puro instinto ou por condicionamento e que por fim se mostram veradeiros desastres.
Odeio matar bichos, seja formigas, baratas, mosquitos... qualquer um. E lá se foi a formiguinha (lembrando o video do gurizinho que chora de dó por terem matado a formiguinha que ele estava brincando)
E cá estava eu me lamentando pela formiga morta, pela atitude impensada (mas com uma precisão cirurgica) quando olho pro chão e vejo a formiga ainda meio desorientada andando procurando subir no mesmo móvel que a ajudou chegar ao meu cotovelo.
Sim, eu não matei a pobrezinha!!!!

Peguei ela com cuidado, levei ela até a jardineira na minha janela e falei: Fica ai!!

É... as veezs achamos que matamos algo por simplesmente agir, mas não...
E como titio Jung não deixa barato nunca eu estava ouvindo uma música da Sarah Brightman, que quem tiver a curiosidade vai entender tudo.
Ahn, a música se chama Deliver me


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Ser Naturólogo


E eu meu formei, lá em 2006.
Com aqueles olhos brilhantes de recém formado, 1001 promessas, expectativas e um diploma na mão. Podia dominar o mundo, pelo menos era essa a sensação.
Olhar o ser humano por uma perspectiva nova, integral, holística, e todo aquele vocabulário que aprendemos durante quatro longos anos. Expliquei muito para muitos, o que era um naturólogo.
E 2006 ficou para traz, chegou 2007, depois 2008, me pós graduei em ArteTerapia  e 2009 quando afastei-me da profissão, da carreira e fui navegar por mares nunca d'antes navegados.
E chegou 2010... 2011. Voltei para minha carreira, para minha profissão.
Como na jornada do herói, essa jornada que todos nós fazemos cedo ou tarde, tive que sair de casa (essa casa chamada Naturologia) conhecer o mundo lá fora, enfrentar dragões, monstros e sabe se lá mais o que e por fim voltar para casa. Para a mesma casa, mas você já não é o mesmo que saiu.
Hoje se você me pergunta o que é Naturologia posso discursar um curto texto, exatamente o mesmo que discursei em 2006 para qualquer um que me perguntasse. Mas se você me perguntar o que é um Naturólogo, ai a coisa é diferente:
Ser naturólogo é começar sair da zona de conforto, do usual e do conhecido e se aventurar por mares ora revoltos, ora calmos como uma lagoa.
Ser naturólogo é olhar não só o ser humano, mas olhar também a partícula divina que esta escondida ali e ensinar esse ser humano a reconhecê-la. Como uma amiga minha uma vez me disse: Fazer um paciente perceber que tem um diamante na barra da calça.
Ser naturólogo não é ser somente curador, mas ser professor também.  Ensinar um novo olhar para si mesmo mais precisamente.
E o trabalho começa com o pronome Eu. Primeiro mudo meu olhar sobre mim mesmo. Esse é o trabalho. Ser naturólogo tem que estar disposto a se olhar, olhar para dentro, para depois poder olhar fora.
Como no mito grego o grande curador de humanos e deuses, Quíron, o centauro, só podia curar pois tinha uma ferida que jamais cicatrizava. 
Essa é a essência do naturólogo. Reconhecer a própria ferida para poder olhar a ferida alheia. Ter humildade de reconhecer que não sermos onipotentes mas a certeza que podemos tocar uma alma.
Cada vez que atendo um paciente ou dou uma aula percebo que minha ferida arde mais um pouco. Afinal não é assim que as feridas se curam?!
Ser Naturólogo por fim (sim escrevi com letra maiúscula agora) é estudar muito, aprender técnicas e depois esquecer tudo, pois é só assim que podemos ter a certeza que vivemos o Naturólogo. Quando a Naturologia sai do cérebro e vai pro coração.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Uma Guerreira


Cabelos cheios e vastos como uma crina de cavalo.
Seus olhos são de uma caçadora, como de uma leoa, de fato da mesma cor e intensidade.
Ela vai para a batalha nua, e sua única armadura são suas tatuagens.
Ela não carrega escudo, somente suas armas. Ela só vai atacar. Ela cavalga como um demônio, sedenta por cabeças. Ela joga o cavalo contra as colunas de soldados inimigos abrindo, assim, passagem para as próximas guerreiras. 


...

O barulho de metal batendo acabou, as espadas já não trabalham mais.

Ela volta sem armas, sem cavalo, não se vê mais suas tatuagens, só o sangue de suas vítimas.

Ela sorri e percebe-se que sua boca e seus dentes estão negros. É 
sangue coagulado. Ela perdeu todas suas armas e sem opção de retroceder atacou com seus dentes.


Ela volta vitoriosa entoando uma canção sem palavras, tão antiga que lembra a primeira batalha de cada um. O nascimento.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Sei que não esta relacionado à Arte Terapia ou com qualquer assunto proposto mas acho que todos deveriam saber sobre. Então segue o texto


a minha avó.
ela era um patrimônio de união, de afeto, de querer-bem. um monumento à adoção dos próximos, do carinho desmedido, da bronca educativa, das anedotas de família. adotava os amigos, o(a)s exes dos filho(a)s (e netos), os funcionários dos edifícios, qualquer um que passasse pela casa com o aval dos consangüíneos era imediatamente da família estendida. com dona Neyde, a casa era sempre cheia, a mesa sempre posta, o sorriso sempre largo.
Conselhos sempre a mão, benzia qualquer um como ninguém.
que saudade... que saudade.


sábado, 26 de fevereiro de 2011

Contornar para misturar


Passamos a vida a tentar nos conhecer. A reconhecer nossos conteúdos, a dar contorno àquilo que está solto e difuso dentro da gente. Certo?

Por favor, manifeste-se aquele que for contra ou acha que essa afirmação não condiz ou sequer faz sentido.

Pois eis que dias atrás, lendo um post da minha amiga e professora Patrícia Pinna sobre Dionísio, ou melhor, fazendo um perspicaz texto sobre a Loucura sagrada de Dionísio a Jesus (recomendo a leitura) me deparo com a seguinte:

“...Dioniso é, da mesma forma que Jesus Cristo, um deus das sínteses, da alteridade, promovendo o relacionamento igualitário entre as polaridades, confundindo e esfumaçando seus contornos, mostrando sempre o outro lado da moeda, colocando-nos diante dos “outros de nós” para que os opostos possam se fertilizar mutuamente, ocupando seu lugar no desenrolar da Criação.

Processo interessante esse que passamos né?
Procuramos nos encontrar, nos conhecer, dar contornos aos nossos conteúdos para depois esfumaçar os contornos, nos misturarmos, tornar difusos aqueles contornos tão suados e por que não chorados e integrarmos os opostos, ou quaisquer partes de nós mesmo.
E um pouco antes ela fala:

“...Um dos meios para se vivenciar a religação com a totalidade é através do êxtase, como num orgasmo em que perdemos momentaneamente a noção de nossos contornos...”

Parece-me um trabalho de ida e volta (sem trocadilhos rs). Um perder para ganhar.

Agora você me pergunta: Mas e ai Guilherme, concluíndo...?

Concluo que esse post não tem a menor intenção de dar alguma resposta ou solução, mesmo porque eu não a tenho. 
Mas confesso uma coisa, que fazer a pergunta e ficar com a dúvida, pelo menos nesse caso me agrada muito mais e me é caro :)

Concorda?

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Um começo

Em algum momento eu tinha que começar. Antes agora do que... mais tarde.
Aqui cabem textos (mil palavras), imagens (que falem mais que mil palavras) ou os dois (já que sozinhos não se bastam).
Idéias, aulas, pensamentos, contos, devaneios, sonhos, vislumbres da sombra.
Quem sou eu?
Um curador, que como todos os outros, ferido de uma chaga que não sara mas que permita curar.

E lá vou Eu, ou melhor, e lá vamos Nós.