terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Há Flores em tudo que eu vejo - Crisântemo Branco

Há um tempo, me surpreendi com uma conversa.
Uma conhecida me conta que quando esta difícil esquecer alguém do passado , podemos tomar banho de infusão de crisântemo branco comprado na porta de um cemitério.
Não pude deixar de achar incrível os paralelos da flor que é amplamente usada em velórios.

Lembrei que há a essência floral de crisântemo no repertório floral da Califórnia (FES) usado para atenuar os efeitos dos momentos de passagem, como a crise de meia idade, ou quando não consegue deixar o velho pro novo entrar e nos ajuda a nos conectar com nosso self superior (higher ego) permitindo que haja essa mudança.
Voltei do devaneio do naturólogo e comecei a pensar em como é difícil mesmo deixar alguém do passado ir, seja essa pessoa falecida (literalmente) ou não tão falecida.
É mais fácil se segurar em algum lugar que a gente conhece, mesmo que esse lugar já não esteja mais lá, afinal... Esteve lá por tanto tempo que já tem uma marca anatômica de nossa mão.
Parabéns! Mais uma peça pregada pelo nosso querido dispositivo de auto-sabotagem.
Mas por que simplesmente não damos um passo pra frente e seguimos a diante?

Lembrei-me do 6 de espadas (arcanos menores do tarot) marcada pela imagem de alguém numa barca. Deixe-se levar pela vida, Não resista tanto, afinal dizem por ai que o universo conspira a nosso favor e a vida não nos decepciona.  Mas pisar no freio é mais seguro que acelerar, afinal carro parado não bate.  Auto-sabotagem?!

Mas por que raios o crisântemo foi e é tão usado em velórios?! Antigamente (não muito tempo atrás) o corpo de um falecido não tinha como ser preparado, ou seja, logo iria começar a emitir odores comuns a qualquer corpo sem vida. E qual a flor que era barata, abundante e tinha cheiro forte o suficiente para mascarar qualquer cheiro por tempo suficiente para se cumprir o devidos sacramentos antes de ser enterrada?!
Chrysanthemum paludosum

Nós somos verdadeiros catalisadores de símbolos. Essa é nossa natureza.

Mas há uma pergunta que não quer calar.

Já comprou o seu maço de Crisântemo?!